Sucesso?

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O mundo atual é um espaço extremamente competitivo e ambicioso. Cada vez mais vemos pessoas indo a extremos para conseguir alcançar determinados objetivos. É um momento onde há a cultura velada de que se deve escolher o curso que vai fazer na faculdade pensando em qual dá mais lucro financeiro, assim como uma certa recriminação quando o curso escolhido não se encaixa nestes padrões. A recriminação silenciosa (ou não) é maior ainda quando se escolhe não cursar uma universidade. Esta cultura velada de que há que se escolher uma coisa para fazer o resto da vida, e sua escolha tem que estar certa, faz com que os jovens passem por cada vez mais momentos de angústia ao escolher sua profissão. Muitos destes, na ânsia de suprir esta pressão social/pessoal, ou até mesmo durante o percurso para realizar aquilo que desejam de fato, acabam se anulando e anulando a todos os desejos naturais daquela fase de sua vida para alcançar esta determinada meta.
É o que podemos observar, por exemplo, em jovens vestibulandos, universitários, pessoas que estudam para concursos ou até mesmo alguém com um cargo que exige muito. Vez ou outra nos deparamos com notícias de jovens cada vez mais novos se preparando para uma certa disputa por vagas em todas as fases escolares e acadêmicas e estudando por horas seguidas no dia, só parando para necessidades físicas e fisiológicas. Também vemos jovens que estudam tanto a ponto de se suicidarem por conta das cargas que isto traz para a vida deles.
Não há espaço para as descobertas naturais da adolescência se você quiser passar em medicina, por exemplo. “Vai estudar 14 horas por dia, você só vai passar se fizer isso! ” “Enquanto você está dormindo, saindo para se distrair ou até mesmo olhando o céu tem algum outro concorrente estudando! ”  São expressões que martelam na cabeça desses jovens e que são reforçadas por algumas páginas de estudo em redes sociais. Este tipo de situação faz com que cada vez mais pessoas sejam ansiosas, deprimidas e com diversos problemas causados por essas pressões, pelos “fracassos” e também pelos “acertos” e por todo o processo de um curso, ou do mercado de trabalho.


Os estudos e o trabalho são, de fato, partes extremamente importantes na vida de um indivíduo. Mas há também outros aspectos que são importantes para um desenvolvimento saudável de qualquer atividade que devem ser respeitados. Precisa-se estudar com qualidade, mas com equilíbrio entre o estudo e o descanso, o lazer e as outras atividades necessárias. Se a formatação social para que as pessoas cada vez mais sejam levadas ao extremo nas situações não fosse dessa forma e o equilíbrio ocorresse da maneira favorável em todos os indivíduos, a necessidade de competição seria muito minimizada e, talvez, as pessoas fossem menos infelizes e/ou adoecidas pelo excesso trabalho e estudo, pela anulação de ser quem é em detrimento de conseguir algo e da ganância por “ser mais” e “ter mais” como exemplos do que é ser bem-sucedido. Há muitas pessoas com “menos financeiramente ou academicamente” que são mais bem-sucedidas que pessoas que tem muito dinheiro e são “letrados”.
Levamos o sucesso como meta de vida, mas não sabemos ao certo o que ele é ou como alcança-lo de forma saudável. O desafio é aprender a ser saudável e bem-sucedido sem ceder às pressões sociais impostas a nós direta ou indiretamente.

Imagem: WeHeartIt

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